terça-feira, 19 de maio de 2009

Amai-vos uns aos outros...

Amai-vos uns aos outros...

Gilda Carvalho

A iniciativa de amar é de Deus: é Ele quem nos ama primeiro e nos convida ao amor. Somente experimentando o amor é que a humanidade poderá experimentar, ainda que limitadamente, quem é Deus. Amar é tocar no mistério da divindade aberto Definitivamente à humanidade pelo amor doado por Deus à criação.

Em Jesus Cristo, Deus mostra a capacidade humana de amar. O Filho, encarnado e feito homem para suportar a limitação humana, faz de Sua vida uma vida inteira de amor ao outro e ao Pai. E nos ensina a viver no amor: “como o Pai me amor, assim também eu vos amei.” (Jo15, 9) e, mais adiante, “amai-vos uns aos outros como eu vos amei.” (Jo 15, 12).

O Filho Amado, Senhor da Vida, não escraviza a humanidade. Ao contrário, a faz amiga, irmã. Escolhe homens e mulheres para que cada um saiba que pode contribuir com a obra da criação. E assim nos diz: “Já não vos chamo servos, pois o servo não sabe o que faz o seu senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e para que produzais fruto e o vosso fruto permaneça.” (Jo 15, 15-16)

Qual é o sentido profundo da palavra amor, para cada um de nós? Hoje, é uma palavra tão banalizada, tão usada para designar relações egoístas e hedonistas, que poucas vezes lembramo-nos da sua origem divina: tudo foi criado por amor, para o amor e no amor. Foi o amor de Deus, que não coube em si só e que expandiu dando origem a vida, porque o amor é fonte de vida. Portanto, a experiência do amor deve ser restauradora da nossa relação filial com o Senhor para que seja realmente presente em nossas vidas a importância de sermos filhos amados por Deus.

Ainda no mesmo texto, Jesus diz: “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e para que produzais fruto e o vosso fruto permaneça.” (Jo 15, 16). O fruto esperado é a vida que somos capazes de gerar através de nossos atos; os quais, contudo, somente refletirão nossa relação com o Pai se refletirem testemunho de vida cristã, de oração e de discernimento. Muitas vezes, como dizia Madre Tereza de Calcutá, somos o único evangelho que o outro lê, e, por isso, somos, sim, responsáveis pela implantação da paz e da justiça no mundo. Uma vez que a mensagem de Jesus chegou até nós e, tendo nos disposto a ouvi-La e praticá-La, nossos atos não podem ser vãos ou irresponsáveis, mas disseminadores da proposta salvadora de Cristo.

A esperança do cristão – virtude tão própria ao Tempo Pascal que a Igreja ainda celebra – é aquela expressada nas palavras de Jesus: “...que o vosso fruto permaneça.” Só permanece aquilo que possui boa fundamentação, boa raiz, boa sedimentação. Assim, possamos fundamentar nossas vidas com a oração e com a constante comunhão com Deus e os irmãos. Só assim permaneceremos, como Jesus permanece vivo.

Textos para ajudar na sua oração: Jo 15, 9-17

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